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Da fita K7 ao EDM Show - a trajetória de um DJ apaixonado pela música

Da cena underground paulista aos estúdios de produção, Fábio Reder compartilha memórias e visões sobre a música eletrônica

por Fabrício Lopes - 03/09/2025



Fábio Reder é um nome conhecido na cena eletrônica, com uma trajetória que vai das fitas K7 até produções exclusivas e o programa EDM Show, que alcança rádios e DJs no Brasil e no exterior. Nesta entrevista, ele fala sobre sua jornada, inspirações, processo criativo e dá conselhos valiosos para novos DJs.

O início de tudo

Central DJ: Fábio, conta pra gente como foi o início da sua jornada no mundo da música.

“Conheci a cena dos DJs por volta de 1988, através da rádio Nova FM paulistana, que tinha Synth Pop, músicas eletrônicas e vários DJs de clubs famosos. Eu gravava as músicas em fitas K7 e depois editava cortando e colando com esmalte incolor – pra mim, aquilo era mixar (risos).

Em 1990 comprei um par de toca-discos CCE BD 250 e um mixer Chorus, e comecei a fazer festinhas de bairro e escolas. Já em 1994, com 16 anos, toquei numa Domingueira em São Paulo para cerca de 2 mil pessoas.

Passei por clubs, rádios e gravadoras até ser chamado para um projeto da Paradoxx. No segundo CD, que teria minha produção, a gravadora encerrou as atividades em SP. Mesmo assim, em 2000 entrei num curso renomado de produção musical, concluído em 2002. Desde então, sigo produzindo músicas, remixes e reworks em várias vertentes da música eletrônica.”

 O papel da Central DJ

Central DJ: E como o programa EDM Show encontrou espaço na Central DJ?

“O programa existe há muitos anos, mas antes se chamava Hot Mix. Na época, tínhamos dificuldade em disponibilizá-lo, justamente pela ausência de canais como a Central DJ.

Quando passou a se chamar EDM Show, sem meu parceiro, a proposta seguiu focada em lançamentos da música eletrônica. Foi aí que a Central DJ entrou, abrindo espaço não só para o EDM Show, mas para muitos outros programas.

Hoje, a importância da Central DJ é reconhecida por profissionais do segmento. O EDM Show é baixado por centenas de rádios FMs, Webrádios, DJs e até usuários de internet, dentro e fora do Brasil.”


Produções exclusivas

Central DJ: Você é conhecido por trazer versões e remixes exclusivos. Como funciona seu processo criativo?

“Desde cedo gostei das novidades. Levava lançamentos para clubs e rádios, e com o tempo comecei a receber edições exclusivas para tocar. Enquanto a maioria tocava os hits do momento, eu preferia versões especiais – e essa fórmula funciona até hoje.

Atualmente, crio versões exclusivas e recebo dezenas de produções semanais, tanto de DJs consagrados quanto de novos talentos buscando espaço.”

 Open Format e influências

Central DJ: Você também é visto como um DJ open format. De onde vem essa versatilidade?

“Minhas raízes estão no Hip Hop, Synth Pop e Progressive Trance. Passei a atuar como Open Format em 1999, quando saí de um club para me dedicar a festas e festivais.

Essa versatilidade vem da bagagem, da experiência e do contato com tantos lugares, DJs e produtores. Entre minhas maiores influências estão Moby, Norman Cook, Paul Van Dyk, Tiësto, Armin Van Buuren, Thomas Bangalter e o brasileiro Tchorta.”


Conselhos para novos DJs

Central DJ: Que dicas você daria para quem está começando agora?

“Hoje é mais difícil ser DJ e produtor, porque há infinitas possibilidades. O excesso de oferta dificulta o destaque – e mais ainda a permanência nele.

Minha dica é: estude sempre, mas também dedique tempo à família e amigos. Não caia na armadilha de produzir músicas em massa só por likes e seguidores. O que importa é qualidade, não quantidade.

Produtores devem ser versáteis e ter conhecimento técnico. DJs precisam ter feeling de pista, respeitar colegas e público. Use as oportunidades para criar conexões e nunca prejudique alguém para alcançar objetivos. Ninguém vence sozinho.”

 Entre nostalgia e novidade

Central DJ: Como você equilibra clássicos e músicas novas nos seus sets?

“Alguns clássicos atravessam décadas, sempre se reinventando. Nostalgia traz lembranças, e novidade mostra o futuro da cena.

A cada dia, milhares de músicas são lançadas – a maioria não vira hit, mas todas ajudam a moldar estilos e comportamentos.

Nostalgia e novidade precisam ter a mesma energia: uma faz sentido pelas memórias, a outra pela surpresa. Juntas, devem provocar sensações e sentimentos em quem ouve.”

Projetos recentes

Central DJ: Para encerrar, qual produção recente você destacaria?

“No momento, estou focado em projetos pessoais. Deixei um pouco de lado remixes e versões exclusivas para criar faixas próprias.

Destaco Electric Soul, que resgata a fase em que eu tocava Progressive Trance entre 1998 e 2002. É uma música com letras marcantes, vocais poderosos e a energia que levantava multidões.

O vocal é da maravilhosa Carol PT, e essa produção ocupa um lugar especial na minha trajetória.”


Ouça: Electric Soul – Fábio Reder feat. Mis Carol
Conheça o programa: EDM Show na Central Dj


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